Nos últimos anos, tem-se verificado uma mudança relevante no perfil de investimento no setor imobiliário português. Investidores que tradicionalmente se concentravam no segmento residencial estão, cada vez mais, a direcionar o seu capital para imóveis comerciais — como lojas de rua, escritórios, armazéns e espaços para serviços. Esta tendência reflete-se tanto em grandes cidades como em mercados secundários.
O que está a motivar esta mudança?
A aposta crescente no setor comercial por parte de investidores habituais do residencial deve-se a uma combinação de fatores estratégicos:
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Maior estabilidade nos contratos: Os arrendamentos comerciais tendem a ser de longa duração e oferecem maior previsibilidade em termos de rendimento.
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Rentabilidade atrativa: A taxa de retorno (yield) dos imóveis comerciais pode ser superior à do residencial, sobretudo em zonas com boa localização e acessibilidade.
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Menor gestão operacional: Ao contrário do residencial, o imobiliário comercial exige menos intervenção no dia a dia, o que atrai investidores que preferem uma abordagem mais passiva.
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Diversificação de portefólio: Muitos investidores procuram agora equilibrar os seus ativos entre habitação e comércio, como forma de proteção face à instabilidade do mercado habitacional.
Setores comerciais mais procurados
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Espaços para serviços (clínicas, escritórios partilhados, centros de estética e bem-estar);
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Lojas de rua em localizações com tráfego pedonal elevado;
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Armazéns e logística urbana, especialmente em zonas periurbanas;
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Espaços mistos (residencial com comércio no piso térreo), que oferecem rendimento combinado e maior liquidez.
Localizações com maior interesse
Lisboa, Porto e Braga continuam a ser os destinos preferidos, mas começa a surgir interesse também em zonas como Setúbal, Leiria, Viseu e o Algarve. A proximidade a zonas residenciais densas, acessos rodoviários e transportes públicos são critérios decisivos.
O que os investidores devem considerar
Antes de apostar em imóveis comerciais, é essencial ter atenção a:
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Licenciamento de uso: Confirmar que o imóvel tem autorização legal para uso comercial;
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Condições do arrendamento: Negociar contratos equilibrados com cláusulas claras;
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Estado de conservação: Tal como no residencial, a apresentação do espaço faz diferença.
Considerações finais
A migração de investidores do setor residencial para o comercial demonstra uma maior maturidade do mercado e a procura por rendimentos estáveis e diversificação. Com as transformações nas dinâmicas de trabalho e consumo, muitos veem neste segmento uma oportunidade sólida para os próximos anos.
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